10/04/2017 10:04 pm

Funac realiza 1º Encontro de Assistência Religiosa na Socioeducação

Com o objetivo de sistematizar as ações das instituições religiosas que atuam nas unidades socioeducativas, a Fundação da Criança e do Adolescente (Funac) realizou o 1º Encontro de Assistência Religiosa na Socioeducação, com o tema “O direito à assistência religiosa na política de atendimento socioeducativo”, no Auditório da Defensoria Pública do Estado, no mês de março.

A ação contou com a participação de 14 instituições religiosas, entre católicas e evangélicas, que por meio de debates trocaram experiências positivas do trabalho realizado nas unidades entre os representantes das igrejas e a equipe técnica da Funac (composta por assistentes sociais, psicólogos e pedagogos). A orientação dos princípios de segurança na área da socioeducação foi outro ponto debatido no encontro.

“O direito à assistência religiosa é um direito fundamental de toda pessoa, previsto também no Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase), que estabelece os parâmetros para atuação das entidades religiosas nos espaços das unidades socioeducativas”, explicou a diretora técnica da Funac, Lúcia Diniz. “Portanto, o encontro foi um primeiro momento de debate, de nos conhecermos enquanto atores da socioeducação e alinhamentos entre as instituições. O nosso próximo passo é fomentar a participação de outros credos, já que a diversidade religiosa também é presente em nossos adolescentes”, acrescentou.

A programação do Encontro contou com a participação do pastor Ebér Batista, que falou aos participantes sobre o ‘papel das Igrejas Evangélicas no trabalho com os adolescentes que cumprem medidas socioeducativas”. Em sua fala, ele destacou que a religiosidade de cada jovem deve ser respeitada como parte da construção da sua personalidade e que a fé é um ato singular. Experiências

O missionário Jefferson Araújo contou que sua motivação para pregar o evangelho nas unidades do Sítio Nova Vida e do Centro de Juventude Eldorado vem da sua experiência pessoal. “Por descaminhos do destino, cometi um erro quando adolescente e tive que cumprir medida socioeducativa. Conheço a realidade e o que passa cada adolescente nesses espaços. Por isso, a minha atuação é no sentido de mostrar um novo caminho a partir da palavra de Deus e de dizer que é possível mudar”, compartilhou durante o encontro. “E o maior retorno é sentir que os adolescentes se sentem tocados por essa palavra de fé”, contou emocionado.

Para o grupo católico Shalom, que atua nas unidades da Fundação, o foco é o trabalho com testemunhos de outros jovens que conseguiram construir um novo projeto de vida, após a medida socioeducativa. “E além de trabalhar a espiritualidade do adolescente, acrescentamos uma formação humana, falamos sobre afetividade, empatia, cuidado com o outro. Tem dias, também, que visitamos as unidades apenas para brincar com os socioeducandos, é outra forma de trabalhar a religiosidade e que tem sido muito positiva em nossa ação. Todos estes aspectos compõem a mística de todo ser humano e é importante que sejam trabalhados”, destacou o Márcio Santos, do Ministério de Promoção Humana Shalom, responsável pelo projeto Mãe das Dores, que realiza visitas em hospitais, penitenciárias e unidades socioeducativas.