7/12/2017 1:42 pm

Projeto Jovem Guardião possibilita novas perspectivas para adolescentes em cumprimento de medidas

Com mais de 1 ano de atuação, o projeto Jovem Guardião, executado pela Pastoral da Juventude, vêm colhendo muitos frutos: mais de 100 jovens de 10 paróquias da Arquidiocese de São Luís atuando como Jovens Guardiões nas unidades da Fundação da Criança e do Adolescente (FUNAC), impactando positivamente a vida dos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa e, agora, se iniciam os primeiros passos para a interiorização do projeto na Diocese de Imperatriz. Muitos avanços construídos com dedicação, amor a juventude e a vida missionária.

O foco do projeto é o acompanhamento dos egressos nas suas comunidades de origem. Mas na verdade, o processo de cativar, um dos pilares do Jovem Guardião, se inicia muito antes, ainda durante o cumprimento da medida nas unidades, por meio de atividades como a construção do projeto de vida dos adolescentes, diálogos sobre os seus sonhos, ações de recreação e esportes, dentre outros com o intuito de acolher, ouvir e proporcionar uma nova experiência de vida a eles.

No Maranhão existem cerca de 300 adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas e diversos motivos influenciam a prática do ato infracional como, por exemplo, falta de oportunidades positivas, ausência de políticas públicas, família em situação de vulnerabilidade social, entre outros aspectos. Segundo o Conselho Nacional de Justiça, dados do Cadastro Nacional de Adolescentes em Conflito com a Lei mostram que 22,4% dos atos envolvem o tráfico de drogas, reflexo dos fatores mencionados acima.

Com as atividades do Jovem Guardião, os adolescentes das unidades têm a oportunidade de trocar ideias e experiências de vida com outros jovens tendo, assim, a comunidade como grande apoiadora da família e dos socioeducandos no seu retorno.

Valéria Anjos, de 18 anos e jovem guardiã da paróquia São José do Bonfim (Vila Nova), conta como é o projeto. “O Jovem Guardião vem com a ideia de mudar a realidade dos meninos e meninas que cumprem medidas socioeducativas, com a intenção de promover a mudança, de levar esperança de um novo horizonte a eles e propondo momentos de maior interação para que possam florescer enquanto pessoas”.

Valéria também falou de como é gratificante e importante realizar este trabalho pastoral. “Participar do projeto tem uma grande importância, pois além do seu papel social, nos ajuda a praticar o ato de amor e irmandade, fazendo com que criemos laços que podem durar bastante tempo. A partir do momento em que faço o esforço para estar ali, sinto que o adolescente corresponde quando interage comigo e os demais guardiões nos encontros. Sempre superam a expectativa, nos dando coragem para lutar até chegar um dia em que não será mais preciso ver a nossa juventude sendo marginalizada”, refletiu.

“Os adolescentes das unidades da Funac agradecem toda a dedicação dos jovens guardiões. A cada encontro, eles vão ressignificando suas vivências, se reencontrando enquanto jovens, e isso só fortalece a construção do novo projeto de vida que eles vão aos poucos tornando realidade. A presença dos guardiões contribui de forma positiva com todo o trabalho que estamos desenvolvendo”, destacou a diretora técnica, Lúcia Diniz.

Com a experiência exitosa deste trabalho pastoral com a juventude em São Luís, a coordenação do projeto esteve no começo do mês de novembro em Imperatriz, reunida com membros da Pastoral da Juventude e outras pastorais da Diocese de Imperatriz começando as formações e articulações para a iniciar a execução do projeto nas unidades da FUNAC existentes no solo da diocese.

SONHOS INTERROMPIDOS

Entre os anos de 2005-2015 a taxa de homicídio de jovens de 15 a 29 anos cresceu 146,0% no Maranhão. Estamos falando de 9.498 jovens que tiveram suas vidas ceifadas pela violência em uma década em nosso estado. Esses foram os dados divulgados pelo Atlas da Violência 2017, no mês de junho.

Enquanto que nos anos 80, quando a idade de 25 anos era a média das vítimas de homicídio, hoje, esse índice caiu para 21 anos. O país vive um processo de vitimização letal da juventude, em que os mortos são jovens, cada vez mais jovens.

A Pastoral da Juventude, através do projeto A Juventude quer Viver, realiza a “Campanha Chega de Violência e Extermínio de Jovens” que, de forma prática, buscar posicionar-se publicamente a favor da vida das juventudes e sobre temas que os afetam diariamente como, também, construir estratégias de participação e intervenção política nos diversos setores sociais organizados (governamentais e não governamentais), buscando mobilizar a juventude pela garantia de direitos.

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